A terceira idade chega com diversas alterações no organismo do indivíduo. Há um enfraquecimento no condicionamento físico, pois diversas funções no organismo já não apresentam mais a mesma eficiência de antes. E isso pode afetar bastante o emocional do idoso, podendo facilitar o aparecimento de alguns problemas psicológicos.

 

A síndrome do pânico é caracterizada por crises de ansiedade repentinas, bastante intensas e que contam com um forte sentimento de mal-estar, e principalmente, de medo. Além disso, também conta com sintomas físicos, e elas podem ocorrer em qualquer lugar, momento ou contexto. Possuem uma duração média de 15 a 30 minutos, mas isso varia de pessoa para pessoa.

 

Acompanhe a leitura para saber mais sobre a síndrome do pânico, e por que ela ocorre em indivíduos de terceira idade.

 

Principais sintomas da síndrome do pânico

 

Os sintomas mais comuns da síndrome de pânico são:

 

Respiração e batimentos cardíacos acelerados;

Falta de ar;

Dor ou pressão no peito;

Formigamento;

Tremores;

Suor frio;

Pernas bambas;

Náuseas e tonturas;

Calafrios ou sensação de calor;

Sensação de estar “fora do corpo”;

Desmaio;

Vômito;

Medo da morte, ou de perder o controle;

Palidez;

 

As crises de pânico nem sempre apresentam todos os sintomas mencionados acima, mas a grande maioria. Elas podem iniciar em qualquer momento ou

contexto.

 

Saiba agora como ela se manifesta em idosos:

 

Como a síndrome do pânico se manifesta em indivíduos de terceira idade?

 

Os indivíduos de terceira idade que passam por isso ficam com a sensação de que estão prestes a morrer. Isso ocorre da seguinte maneira: a região central do cérebro é responsável por controlar as emoções e a liberação de adrenalina (hormônio responsável pela preparação do organismo para as respostas de lutar ou fugir diante de um perigo).

 

E na síndrome do pânico, esse alarme cerebral realiza um disparo sem que haja um perigo real, provocando essa sensação de medo. Alguns especialistas acreditam que esse problema possui origem física, causado por uma anormalidade nas chamadas locus ceruleus (células nervosas localizadas no tronco cerebral).

 

A síndrome costuma começar entre os 20 a 35 anos, também podendo aparecer na meia idade. Nos idosos, ela é considerada mais rara, em se tratando de um diagnóstico formal. Porém, os ataques de pânico não são incomuns em indivíduos de terceira idade. E ele pode estar associado com desafios ou mudanças que aparecem nessa etapa da vida.

 

Acompanhe abaixo as suas principais causas:

 

Causas da síndrome de pânico em idosos

 

A síndrome de pânico na terceira idade pode estar associada a diversos fatores, e não possui uma única causa específica. Entretanto, existem algumas situações que podem facilitar o surgimento dessas crises. Acompanhe as principais:

Perda de algum parente próximo

 

A solidão na terceira idade, infelizmente, é um problema comum de diversos idosos. Ou seja, muitos se veem sozinhos pela primeira vez em décadas, com os parentes mudando de cidade, se casando, ou até mesmo pela perda de algum deles. A perda de amigos próximos também pode causar uma crise de pânico em idosos, principalmente quando aquele amigo estava na mesma faixa etária.

 

Afinal, isso pode fazer com que eles fiquem com medo não apenas da morte, mas

do surgimento de novas doenças e problemas de saúde que são comuns na terceira idade. A perda de parentes, amigos e principalmente esposo ou esposa, pode causar uma sensação de isolamento e mal-estar, podendo originar uma crise de pânico, mesmo que fora de contexto ou em um momento em que eles nem sequer estavam pensando nisso.

 

Doenças ou problemas de saúde

 

Algumas doenças se tornam mais comuns com o envelhecimento. Como as doenças cardiovasculares, câncer, doenças ósseas como a osteoporose, a diabetes, entre outras. O idoso portador de alguma doença ou problema de saúde pode ficar com um medo constante da morte, ou do agravamento da doença.

 

Ou seja, idosos que precisam lidar frequentemente com a doença ou necessitam do uso contínuo de medicamentos estão mais propensos a passar por essas crises. A combinação dos sintomas com os efeitos colaterais dos medicamentos pode causar um desequilíbrio no metabolismo do idoso, e também os batimentos cardíacos. Desencadeando, assim, a crise de pânico.

 

Por isso, é essencial manter um acompanhamento médico frequente, principalmente quando o idoso utiliza diversos medicamentos. A realização de ajustes na dosagem por um profissional da saúde, ou até mesmo a alteração da marca do medicamento, pode ajudar bastante a prevenir a síndrome de pânico em indivíduos de terceira idade.

 

Caso o idoso esteja passando por isso com uma certa frequência, é ideal que ele realize uma consulta médica e, se necessário, comece a ver um médico psiquiatra.

 

Depressão

 

As mudanças e desafios da vida podem gerar o sentimento de desesperança no idoso. Diversos fatores como a solidão na terceira idade, doenças e dores crônicas podem facilitar o surgimento de quadros de depressão, principalmente em indivíduos que foram ativos e independentes a vida toda.

 

Os problemas psicológicos podem acabar facilitando bastante as crises de pânico. Nesse caso, é essencial que o idoso realize um acompanhamento psiquiátrico para evitar o surgimento de novas crises.

 

Causas diversas

 

Além de tudo isso, as crises de pânico também podem surgir em situações extremas de estresse. Como brigas com parentes, crises financeiras, separações, ou após assaltos e sequestros.

 

O que fazer durante as crises de pânico?

 

Para o controle dos sintomas das crises de pânico, é fundamental tentar fechar os olhos e respirar bem profundamente. Afinal, durante as crises é comum que a respiração fique acelerada, promovendo ainda mais a sensação de mal-estar e medo, e agravando os demais sintomas.

 

Por isso, para controlar esse desconforto, o idoso pode puxar o ar bem devagar contando até 4, segurar a respiração por um momento, e soltar contando até 4. Quando ele fecha os olhos, ele consegue prestar mais atenção em si e na sua respiração. Para conseguir racionalizar melhor o que está acontecendo.

 

Além disso, a crise de pânico traz a sensação de afastamento da realidade. Algo que pode ajudar bastante é perceber as sensações físicas que são familiares.

 

Caso o idoso já tenha passado por crises de pânico anteriormente, reconhecer os sintomas facilita o seu entendimento, para que ele consiga racionalizar que aquilo é apenas uma crise, que ela passará, e que não há motivos para sentir medo.

 

Dessa forma, ele consegue se manter no presente, e na realidade. Segurar objetos de texturas familiares, como tecidos ou pelúcias também ajuda. Outra dica importante é tentar se concentrar em um objeto, para poder se distrair dos sintomas e focar no presente.

 

Fixe seus olhos em uma escova de dentes, por exemplo. Após alguns minutos, você perceberá que os sintomas estão se acalmando.

 

E a última dica é lembrar-se de algo que te traga uma sensação de alegria e felicidade. Pode ser locais que você gosta de frequentar, como parques, restaurantes ou a casa de um amigo ou ente querido, ou momentos que remetem à tranquilidade. Lembrar de pessoas queridas pelas quais você tem um grande carinho também pode ajudar.

 

Logo, o sistema límbico do cérebro vai liberar substâncias prazerosas, combatendo as sensações ruins.

 

Tratamento da síndrome de pânico

 

O tratamento da síndrome de pânico inclui a prescrição de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, e também a psicoterapia, em especial a terapia cognitivo-comportamental. Ela costuma ser bastante eficaz, pois utiliza a exposição a situações que provocam pânico, até que aconteça uma dessensibilização diante do agente que causa as crises.

 

É importante destacar que o tratamento deve ser sempre conduzido por um médico psiquiatra, e a sua duração vai depender de diversos fatores, entre eles a intensidade da síndrome de pânico. Pode variar de meses a anos, levando em consideração o risco de recaídas. Afinal, a síndrome do pânico pode ser controlada, mas não existe uma cura garantida.

 

A psicoterapia possui como principal finalidade auxiliar o idoso no processo de resgate da autoconfiança necessária para o domínio das crises, através da auto consciência. Por isso, é uma das partes mais importantes para um tratamento realmente efetivo.

 

Uma dica extra também é a prática de atividades físicas. Além de promover uma grande melhora na saúde emocional, as atividades físicas também provocam sensações semelhantes às crises de pânico, como batimento cardíaco acelerado e sudorese, mas em um contexto mais agradável. Ajudando a remover a identificação negativa.

 

É importante destacar que o paciente não deve, sob contexto algum, se automedicar. Pois isso pode até mesmo causar o agravamento dos sintomas, e fazer com que as crises surjam com mais frequência. Por isso, utilize apenas os medicamentos prescritos pelo médico, com as doses e a frequência indicadas.

 

Por fim, respeite o seu próprio processo. O tratamento apresenta-se de uma forma diferente em cada indivíduo, e é por isso que a melhora de alguns pode ser mais gradativa. Mas isso é completamente normal, e é bom evitar realizar a auto cobrança por causa disso. Afinal, os sentimentos negativos sobre o seu próprio processo também podem facilitar o aparecimento de outra crise.

 

Se mantenha paciente e confiante consigo mesmo, para que o tratamento possa apresentar uma eficácia ainda maior.