O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa irreversível e progressiva, e o seu sintoma mais conhecido é o esquecimento. O desenvolvimento da doença é mais comum após os 60 anos, o que faz com que as pessoas de terceira idade fiquem em constante alerta, e em muitos casos, confundam o esquecimento normal com a demência. Por isso, preparamos um conteúdo focado em explicar a diferença entre as duas situações. Acompanhe a leitura:

 

Apesar do Alzheimer ser um tipo de demência muito comum nos idosos, nem sempre o esquecimento é um sinal do seu desenvolvimento. Com o passar dos anos, é normal que o organismo não cumpra mais alguma de suas funções com a mesma efetividade de antes. Isso é algo inevitável, e não é motivo para preocupações.

 

Com o envelhecimento, ocorre uma redução de massa muscular, as funções cognitivas apresentam menor atividade, os ossos ficam mais frágeis… e o funcionamento da memória também passa por alterações!

 

Ou seja, a progressão da idade afeta o raciocínio, a memória e a atenção do idoso. E até mesmo a sua capacidade de tomar decisões, mesmo não contendo nenhum tipo de demência. É um processo completamente natural. Porém, é necessário prestar atenção no comportamento do idoso frequentemente, pois caso perceba qualquer anormalidade, é importante levá-lo para realizar alguns exames.

 

Essa distinção é um assunto de extrema importância, e possuir as informações corretas pode prevenir diversas confusões.

 

Qual a importância de saber a diferença entre o Alzheimer e o esquecimento normal?

 

O Alzheimer é uma doença bastante temida, e isso faz com que os idosos e seus familiares fiquem em constante estado de alerta. O que pode se tornar um aspecto negativo quando qualquer falha na memória é confundida com a demência. 

 

O diagnóstico correto da doença pode ser um pouco burocrático, pois necessita de diversos exames, além de uma profunda análise dos sintomas presenciados pelo paciente. O que faz com que as confusões causem diagnósticos errados em pacientes não portadores da doença, enquanto os que de fato são portadores, seguem sem o diagnóstico.

 

Por ano, são registrados mais de 1 milhão de casos de Alzheimer apenas no Brasil, e pesquisas mostram que a maioria deles não conta com um diagnóstico. O que dificulta a realização do seu tratamento, além fazer com que os familiares do paciente não saibam como lidar com a condição. Dificulta a vida do paciente, e de todos que o cercam.

 

As estatísticas dos diagnósticos são realmente tristes, afinal, o Alzheimer é responsável por mais da metade dos quadros de demência. É realmente uma doença muito comum, o que torna necessário que todos possuam um conhecimento básico sobre os seus sintomas e particularidades. Principalmente aqueles que convivem com algum idoso.

 

Reconhecer os sintomas próprios do Alzheimer facilita que o diagnóstico seja realizado ainda no estágio inicial. Apesar da doença não possuir cura, o diagnóstico precoce permite que o portador tenha uma melhor qualidade de vida. Existem medicações disponíveis para o alívio dos sintomas, e tratamentos que incluem treinamentos das habilidades cognitivas afetadas com exercícios de memória e raciocínio. Atividades extremamente benéficas para o paciente portador de Alzheimer.

 

Afinal, como diferenciar o esquecimento normal do Alzheimer?

 

Preparamos 5 diferenças para o facilitar o reconhecimento dos sintomas da doença, e os fatores comuns relativos à idade. Preste bastante atenção para evitar confusões!

 

 

  • Falha de memória temporária X Predominante

 

 

A falta de atenção pode fazer com que o idoso esqueça algum detalhe (mesmo que seja de importância) e lembrar mais tarde. Por isso, não há motivo para alarme. Até mesmo a ansiedade pode fazer com que ocorram essas falhas temporárias na memória, portanto, não tire conclusões precipitadas.

 

Principalmente se o idoso esqueceu ou confundiu informações recentes. Isso é algo natural.

 

Já no Alzheimer, as falhas de memória não são temporárias. São permanentes, e tendem a piorar cada vez mais com o passar do tempo. Se você notar que o esquecimento daquele idoso está sendo progressivo e piorando com o passar das semanas, é um sinal de alerta. Principalmente quando isso ocorre em conjunto com outras mudanças comportamentais, que abordaremos ao longo do conteúdo.

 

 

  • Esquecimentos inofensivos X Esquecimentos impeditivos

 

 

Esquecer coisas como onde colocou a chave do carro ou o que jantou na noite anterior, são comportamentos normais. O esquecimento de memórias a curto prazo é uma consequência comum do envelhecimento, e não é motivo para alarme.

 

Porém, quando o esquecimento começa a atrapalhar a rotina do idoso, é importante prestar bastante atenção. Principalmente quando ele já não consegue mais realizar as tarefas diárias sozinho por causa disso. Afinal, um dos principais motivos para o Alzheimer ser uma doença tão complicada, é justamente a dificuldade que o idoso passa a ter em todas as áreas da sua vida, já não contendo mais a capacidade de se cuidar sozinho.

 

 

  • Dia ruim X Alteração comportamental significativa

 

 

É completamente normal acordar de mau humor vez ou outra, não só para os idosos, mas para pessoas de qualquer faixa etária. Por mais calma e tranquila que seja a personalidade de um im indivíduo, isso não faz com que ele esteja bem 100% do tempo, não é?

 

Mas, se os familiares têm notado uma mudança significativa no comportamento do idoso, é hora de começar a desconfiar. O Alzheimer causa mudanças psicológicas, como uma irritabilidade atenuada, agressividade ou até depressão, delírios e alucinações. Preste muita atenção nas falas do idoso, para detectar alguma anormalidade.

 

Até mesmo distúrbios de sono ou apetite podem estar diretamente relacionados com o desenvolvimento da doença. 

 

 

  • Não lembrar a data atual X Desorientação

 

 

Esquecer qual dia da semana ou do mês estamos é algo completamente normal, não apenas para os idosos, mas para pessoas de qualquer idade. Isso pode acontecer simplesmente pela falta de atenção, ou quando estamos ocupados demais nos preocupando com outros assuntos para pensar nisso.

 

Já em indivíduos com Alzheimer, ocorre a desorientação de tempo e também de lugar. Não sabem em qual ano estamos, ou até mesmo, esquecem a sua própria data de nascimento. Também podem esquecer o caminho para locais conhecidos, até mesmo a própria casa, e às vezes não sabem onde estão e como chegaram lá. 

 

Esses comportamentos não são nem um pouco normais, e demonstram uma grande chance do idoso estar desenvolvendo a doença neurodegenerativa. 

 

 

  • Escolhas ruins X Falta de julgamento

 

 

Como explicado, a doença do Alzheimer afeta não apenas a memória, mas todas as funções cognitivas, incluindo a atenção, concentração e o raciocínio. Afinal, ela causa a morte das células nervosas em todo o cérebro, e é por isso que durante o seu desenvolvimento, quase tudo pode acontecer, inclusive delírios e alucinações.

 

O paciente com Alzheimer tem o seu raciocínio totalmente comprometido. É normal que pessoas de qualquer idade tomem decisões ruins, por impulsividade ou por falta de vontade mesmo, e isso não é motivo para alarme.

 

Já o portador da doença não consegue mais traçar estratégias e fazer planejamentos utilizando a lógica. Possuem dificuldade na resolução de problemas, e já não sabem mais lidar nem com as próprias finanças. Quando o idoso começa a gastar dinheiro de forma descontrolada e sem muita lógica e justificativa, não demonstrando preocupação com as consequências, desconfie.

 

O que fazer na suspeita de Alzheimer?

 

Caso o idoso esteja apresentando esses comportamentos, é hora de procurar ajuda médica, pois apenas um profissional da saúde conseguirá realizar um diagnóstico específico. Pode ser que o paciente apresente resistência em ir atrás de auxílio médico, e de fato, é bem difícil lidar com vítimas do Alzheimer. Mas mesmo assim, não deixe de levá-lo, pois quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais os tratamentos serão efetivos.

 

O Alzheimer não possui cura, pois é uma doença neurodegenerativa. Durante o seu desenvolvimento, ela compromete todas as áreas e funções do cérebro, até comprometê-lo por completo. Por isso, é uma doença terminal.

 

Mas os tratamentos podem ajudar a retardar o seu processo de evolução, aumentando a expectativa de vida do idoso. As pessoas com Alzheimer, normalmente, vivem por cerca de 8 anos após o diagnóstico, mas algumas pessoas podem viver por até 20 anos. E o que faz com que ela possua uma maior longevidade é a eficácia dos tratamentos, permitindo que ela tenha mais tempo para ficar perto dos entes queridos.

 

O tratamento da doença inclui medicamentos prescritos pelo neurologista ou psiquiatra, como Donepezila, Memantina e Rivastigmina. Além do tratamento farmacológico, existe também o tratamento fisioterapêutico. A fisioterapia para pacientes que se encontram na fase inicial deve ser realizada de duas a três vezes por semana.

 

Isso ajuda a retardar a progressão da doença e oferecer ao idoso autonomia por um período maior de tempo. Fazendo com que ele movimente-se mais livremente, evitando a atrofia dos músculos e permitindo uma melhor amplitude das articulações. Além de evitar dores e incômodos.

 

Em conclusão, o diagnóstico precoce do Alzheimer traz diversos benefícios tanto para o bem estar dos pacientes, quanto para o bem estar dos familiares. Pois proporciona uma maior longevidade, e faz com que o portador da doença demore mais tempo para começar a depender dos parentes para realizar atividades básicas.