Saiba o que é a Doença de Alzheimer, popularmente conhecida como Mal de Alzheimer, entenda os sintomas, como é o tratamento, recomendações para quem já lida com a doença e as formas de prevenção. Confira:

O primeiro passo para entender o distúrbio é saber o que é a Doença de Alzheimer, e a partir disso, saber melhor como tratar os sintomas e amenizá-los.

A doença pode causar muitos sintomas difíceis de lidar e conviver, mas que podem ser abrandados com um diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Por isso, preparei um artigo com todas as informações necessárias para você entender o básico da doença, e assim, se sentir mais preparado para enfrentá-la.

 

O que é a Doença de Alzheimer?

 

A doença que leva o nome do médico neurologista alemão que a descobriu, Alois Alzheimer, é conhecida pelo seu sintoma mais evidente,  o esquecimento.

Ao analisar um cérebro durante uma autópsia, o médico alemão percebeu lesões características que mostravam morte precoce dos neurônios e decidiu investigá-la.

Se aprofundando nas pesquisas sobre as lesões e causas, descobriu que o mal de Alzheimer provoca a deterioração das células cerebrais causando comprometimento de suas funções.

Por conta dessa degeneração, as funções cerebrais referentes à memória, comportamento, linguagem e habilidades motoras sofrem perdas progressivas e irreversíveis.

O que até certo tempo era visto por muitos como “caduquice” ou “esclerose”, enfim teve uma explicação científica e, a partir disso, surgiram oportunidades de tratamento .

Nos dias atuais o mal de Alzheimer possui formas de tratamento que permitem uma vida mais confortável ao portador e à família.

O entendimento sobre o que é Alzheimer permitiu o desenvolvimento de alternativas que podem reduzir os sintomas da doença e melhorar a funcionalidade  do paciente. 

 

O que causa o Alzheimer?

 

Ainda não se sabe a causa específica  da doença de Alzheimer.

O que se sabe sobre, é que alguns fatores aumentam a chance de desencadeá-la e merecem ser observados.

Tanto fatores genéticos como hábitos de vida podem estar  ligados ao desenvolvimento da doença, mas não como fatores causais , apenas como fatores que aumentam o  risco.

O Alzheimer  é uma doença mais comum em idosos, são raros os casos de acometimento em menores de 65 anos de idade. O risco aumenta com o passar dos anos.

Outro ponto a ser analisado além da idade, é a predisposição genética.

A presença da doença entre pais ou irmãos aumenta o risco, principalmente quando surge antes dos 65 anos de idade, então, se tiver casos na família, fique atento quanto aos sintomas iniciais.

Médicos e cientistas alertam para hábitos de vida mais saudáveis, principalmente se houver histórico de casos relatados na família.

É válido mencionar ainda que a doença não é contagiosa ou transmissível, e sim adquirida.

 

Quais são os sintomas? 

 

A melhor forma de chegar ao diagnóstico é a observação comportamental do provável portador e a análise dos sintomas.

A princípio, são os sintomas que permitem que a família ou o próprio paciente procure ajuda médica.

Está aí a importância de saber o que é Alzheimer e quais são os sintomas mais comuns.

A doença apresenta três características principais: a perda da memória, alterações comportamentais e dificuldade para a realização de habilidades previamente aprendidas.

 É indispensável prestar atenção a essas alterações..

Principalmente se você já está na terceira idade ou tem casos de histórico familiar.

Os principais sintomas básicos que alertam para a doença de Alzheimer são:

  • Perdas de memória drásticas;
  • Mudanças de humor e comportamento;
  • Confusão mental;
  • Dificuldade de execução de tarefas básicas, anteriormente feitas com facilidade;
  • Diminuição de capacidades cognitivas;
  • Obstáculos para aprender e reter novas informações.

Os sintomas iniciais surgem bem tímidos, como perdas de memória leves, entendidas como esquecimento típico da idade ou desatenção corriqueira.

Mas com o tempo, aliado às perdas de memória cada vez mais recorrentes, vêm também as mudanças de humor drásticas e o comportamento alterado.

Inicialmente, o que era só um lapso de memória falha vai se tornando algo rotineiro, chegando a estágios mais severos de confusão mental.

As mudanças de humor também são indicativos muito considerados, visto que a alteração compromete a sociabilidade do indivíduo e funciona como um alerta.

Com o comportamento alterado, outras características são percebidas mais facilmente, antes de chegar a fases mais avançadas do quadro.

As próximas fases são mais críticas e difíceis de tratar, caso não sejam descobertas precocemente.

Na forma moderada da doença, começam as queixas de dificuldade na execução de tarefas básicas, antes feitas com facilidade.

Em seguida, na fase considerada grave, o paciente começa a apresentar perda gradativa de capacidades cognitivas, como linguagem e habilidades motoras.

 

Tem como prevenir?

 

Estudos mostram  diminuição das chances de desenvolvimento da doença quando há prática de hábitos de vida saudáveis.

Portanto, se livrar de hábitos nocivos pode retardar o aparecimento dos sintomas ou amenizar a força de progressão da doença, ainda que haja fatores genéticos envolvidos.

Os fatores de prevenção para início precoce são:

  • Prática de atividades físicas regulares;
  • Alimentação balanceada;
  • Evitar tabagismo e ingestão de álcool;
  • Estimulação cerebral por meio de atividades intelectuais;
  • Boas relações familiares e sociais.

Pesquisas apontam que práticas como tabagismo e alcoolismo podem aumentar a propensão e desenvolvimento da doença, levando a uma progressão precoce.

Nos casos analisados, os portadores desenvolveram o mal de Alzheimer muito antes da idade que provavelmente desenvolveriam e de uma forma muito mais rápida e fugaz.

Os estudos também apontaram que atividades intelectuais apresentam respostas favoráveis no quesito retardo dos sintomas e melhora dos quadros da doença.

Em síntese, participantes que praticavam atividades como leitura, exercícios mentais e reabilitação cognitiva retardaram o progresso dos sintomas e sentiram melhora em diversos aspectos.

Em suma, cuidados referentes à alimentação, exercícios físicos e mentais, e boas relações sociais afetam positivamente, tanto o tratamento da doença, quanto a propensão a desenvolvê-la.

 

Qual a faixa etária mais acometida?

 

Segundo dados de censos médicos, estima-se que a doença atinge principalmente pessoas na faixa etária de 65 a 90 anos.

O grupo de risco para desenvolvimento mais profundo do mal de Alzheimer é o de idosos.

Porém, apesar de menos comuns, há casos de pessoas que desenvolvem Alzheimer precocemente, por volta dos 50 anos. Esses casos apresentam uma maior influência genética.

 

 

Como diagnosticar? 

 

A fim de excluir algumas outras doenças associadas aos sintomas comuns do Alzheimer, é necessário realizar alguns exames mais conclusivos.

Primeiramente há anamnese do paciente, onde os sintomas são todos relatados, listados e analisados pelo médico.

A partir das queixas do paciente, outros exames mais específicos são solicitados, como exames de imagem, por exemplo.

Ainda na parte de contato médico-paciente, alguns fatores de risco são observados, como o histórico genético familiar e hábitos de vida.

Sobre os exames clínicos, são mais comumente pedidos exames de testes cognitivos, exames de sangue e de imagiologia cerebral.

A partir do diagnóstico da doença, parte-se para o tratamento imediato, pois pode trazer melhora dos sintomas cognitivos e da funcionalidade do paciente. Como é o tratamento? 

Antes de qualquer coisa, é importante mencionar que não há medicamentos que interrompam ou revertem os danos causados pelo Alzheimer.

As células cerebrais perdidas não se regeneram, por isso não é possível voltar atrás no que já foi atingido.

O tratamento é baseado no alívio dos sintomas, a fim de amenizar alguns danos, de modo a melhorar e garantir qualidade de vida ao portador.

Além de medicação adequada para melhorar as atividades cerebrais e o comportamento do paciente, são associadas terapias cognitivas.

Outros fatores aliados são a alimentação balanceada e saudável, práticas de exercícios físicos adequados a cada caso e o acolhimento familiar.

Há muitos relatos de pacientes que melhoraram surpreendentemente o humor, a agressividade e as alterações de consciência extremas com o tratamento.

É importante mencionar que o carinho, afeto e acolhimento dos familiares, principalmente dos mais próximos, ajuda muito no tratamento.

O paciente se sente mais calmo e responde melhor a medicação e a outros cuidados.

 

Recomendações para lidar com o Mal de Alzheimer

 

Em virtude de não ter cura, até o momento, algumas recomendações são indicadas para facilitar a vida do portador e dos cuidadores.

O cuidado com os doentes de Alzheimer exige muito dos familiares e envolvidos, de forma a causar desgastes.

Mas, algumas práticas podem auxiliar na convivência do dia a dia e nas medidas de zelo. Algumas sugestões são:

  • Providenciar um círculo de ajuda profissional e familiar para alternar nos cuidados, de forma a evitar a sobrecarga dos responsáveis;
  • Ter uma rotina diária de atividades e hábitos para facilitar para o paciente;
  • Confeccionar pulseira ou colar de identificação do portador de Alzheimer para evitar transtornos em caso de fuga ou perda de consciência;
  • Estimular atividades terapêuticas;
  • Adaptar a casa de acordo com as necessidades do paciente;
  • Espalhar lembretes e condicionar o cérebro do paciente para que ele execute ações rotineiras mais facilmente;
  • Ter muita paciência com as questões mentais de alterações humor, agressividade, perda de memória e afins;
  • Evitar  práticas que podem acelerar os danos da doença, como ingestão de álcool e tabaco.

O tratamento médico é indispensável e insubstituível quando se trata de Alzheimer.

Portanto, ao menor sinal de presença de quaisquer sintomas característicos da doença, procure um profissional capacitado.

Os cuidados médicos auxiliam na expectativa e qualidade de vida, promovendo um entendimento e convivência com a doença de forma mais tranquila.

Mesmo não tendo cura, a medicina está sempre avançando nos tratamentos.

Estão sempre surgindo novidades favoráveis de potenciais medicamentos e novos estudos envolvendo melhora na qualidade de vida.

Apesar das dificuldades, Alzheimer não é sentença de morte.

Agora que você já sabe o que é Alzheimer, fica muito mais fácil procurar ajuda e tratamentos adequados. Fique bem!

 

Dra. Ludmila Lodi

Além da graduação em medicina pela UFMG, a Dra. Ludmila também fez residência em Clínica Médica pelo Hospital João XXIII e residência em Geriatria pelo Hospital das Clínicas da UFMG. Trabalha como médica Geriatra da Medsenior. Médica Geriatra e sócia da Clínica Incentro em Belo Horizonte e Lagoa Santa.

Tem como experiência de trabalho a atuação como médica do Programa de Saúde da Família na Prefeitura de Itabirito/MG, médica geriatra da Usiminas, plantonista e apoio ao corpo discente na UTI do Hospital Universitário da Ciências Médicas e na UTI de queimados no Hospital João XXIII.⠀